domingo, 17 de junho de 2012

Amor velado amor

Eu e você - a gente - nasce e cresce...
Desde que nasce busca o amor.
Quando cresce rejeita alguns deles, os principais.
Cresce e conhece um monte de coisa na vida.
Estudo, trabalho, festa, dinheiro, compras e solidão.

Cresceu um pouco mais, descobre outro jeito de amar.
Dura pouco mas é intenso. Amor na pele.
Cresce mais um pouco e conhece um trabalho melhor, mais dinheiro...
E esquece do amor.
Afinal não é tão fácil assim achar aquilo que buscamos.
Pelo menos não para alguns privilegiados.

A compensação nessa busca é tão nítida como na repetição psicanalítica.
Busco a felicidade mas não busco o amor? Hipocrisia.
Quero é amor do jeito que for!
O problema que hoje em dia se ama do pior jeito, sem respeito. Ai não dá.
Amor próprio só? Cada um fica com o seu.

Eu e você - a gente - nasce, cresce e morre buscando amor.
De todas as formas!
Nos sorrisos, nos aplausos, nas notas dez, nas promoções...
No jantar romântico, na dança sensual, na música tocada, nas mãos dadas...
No abraço, no presente dado e recebido, na carícia escondida...
Na festa surpresa, no curtir e no comentário, na quantidade de amigos...
No telefonema de domingo a tarde, na cantada cafona e na ceninha de ciúmes.

Amor que se revele.
Amor que se acalme.
Amor que se preze.
Amor que  resolve.
Amor que  interage.
Amor que se encontra e ponto final.









sábado, 16 de junho de 2012

É preciso saber que não se sabe, e esse já é o caminho do saber!

Sorrateiramente a vida vem me presenteando com mudanças de comportamentos pelas quais eu desejava. Nada muito profundo, posso dizer que até bem superficial, é justamente aquilo que todo mundo vê que precisamos mudar. Havia um padrão, talvez ainda haja, mas ele vem sendo reformatado, regulado e desregulado. Não tem nada melhor que se ver diante de si mesma, aliás, às vezes, isso é a pior coisa, mas ajuda a melhorar outras. E eu gosto de me enxergar bem de perto. E por isso quero expor algumas elucubrações.

Vivo hoje uma tensão diferente em relação a minha formação (psicologia) e profissão que é minha vocação - não tenho dúvidas. O 'suposto saber' sobre o ser humano, ah sim, é um suposto saber, aflinge um tanto, que quer saber?! É bem mais difícil do que eu pensava. Afinal eu me formei, estudei cinco anos e como não saber resolver todos os problemas de comportamento, de sentimento, de pensamento dos indivíduos e dos grupos? Pois é, pode imaginar no que deu. Uma angústia danada de achar que não sirvo para isso. Com a frustração de cada dia aprendi que a jornada do aprender a saber, aprender a fazer e aprender a ser apenas começou.

Agradeço a cada pessoa que, em particular, me ensinou o único conselho que deve ser ouvido sem crítica: "estuda menina". Não vejo hoje possibilidade de crescimento pessoal ou profissional sem a árdua tarefa de estar diante dos ensinamentos e decifrá-los. Não há para mim nada mais atraente do que conhecer ou encontrar sujeitos ávidos pelo conhecimento. Abrindo parênteses - num passado próximo eu até achava que era bobagem se preocupar com a matéria física, e não é, óbvio. Eu sei hoje dar valor aos momentos do 'corpo são'. Preocupante é o caminhar para 'não razão' que se promove hoje em dia - fechando parênteses.

Incomoda bastante a usurpação do conhecimento. Não é necessariamente porque fiz uma faculdade, um curso, uma pós-graduação ou algo semelhante que já cumpri com a missão de saber algo nessa vida. Não nos apropriamos do conhecimento dessa forma. E meu respeito é especialmente hoje para aqueles que consquistam um conhecimento tácito na vida. Àqueles felizes seres humanos que interpretam as informações, degustam, trituram, saboreiam e às vezes rejeitam mas que de certa forma as conhecem de verdade. Para aqueles a quem a vida parece que ensinou mais e exalam experiência e cultura. Com quem se pode conversar por horas e horas que não há cansaço, porque a mente sempre abre um pouco mais de espaço para abraçar um novo argumento, uma afirmação que intriga e um questionamento que surge, e assim uma nova discussão se coloca. Em meio a tudo isso surgem autores, livros, pesquisas, novidades que eram desconhecidas . Se vê assim a construção lícita de um saber. E a minha admiração maior não é pelo resultado ou pelo que se constata no fim, é justamente a trajetória de aprendizagem que me interessa, e o nome disso eu aprendi, é transpiração. O percurso árduo de abandonar algumas futilidades dessa vida e por se a conhecer melhor as coisas do mundo em que vivemos.

E para isso, partir do pressuposto que não existe um saber prévio, ou que ao menos ele nunca é suficiente - independente da área de atuação - ajuda a entender sim que estamos em constante formação!!!

A todos que se interessam por uma evolução ainda nessa geração, ainda nessa encarnação, temos um dever genuíno de não nos dar por compreendidos, por vencidos pelas matérias estudadas e pelas notícias que tivemos sobre algum assunto, ou pelo que achamos que já sabemos sobre algo.
Apesar de sofrer um pouco ao me dar conta dessas questões, me sinto mais aliviada entretanto preocupada porque 'Eu tenho o direito de não saber mas tenho o dever de estudar.'

É isso!