domingo, 22 de maio de 2011

Indefinível

Precise e acerte enquanto é tempo,
Preceitos seguidos nos caminhos contrários,
Perca a noção  de quantas vezes você clamou,
Deixa que te digam no momento certo, na hora exata,
Não descanse!
Esqueça o destino e o desgosto.
Eu gosto do alvoroço!
Não resgate alma alguma do passado.
O novo sempre vem.
Não se entregue.
Tal mistério não pode ser dessa inglória eterna.
Não tem como saber.
Nem tente entender.
Valerá sentir nessa intensidade?
Esperando por você. Quem é você?
Só sei que cativa, aproxima e fala...
E a mim o que falta? Mostrar o amor?
Não defina.
Sempre falta, tudo sobra.
Vivo a sonhar e sonho em viver...
A descobrir....
 

sábado, 14 de maio de 2011

Um convite

Assim que o sol nascer e te convidar, levante-se...
no momento em que o frio te convidar, aqueça-se...
enquanto puder, deixa que a melodia toque seus ouvidos, envolva-se...
Não se rejeita um pedido para dançar, não se questiona um convite para abraçar.
Assim que a lua aparecer e te convidar, admire-a...
no momento em que a chuva cair, refresque-se...
enquanto puder, deixa que um amigo te dê bons conselhos, relacione-se...
Não se rejeita carinho de pai e mãe, não se questiona amor incondicional.
Aliás, há muitas coisas que podemos aceitar e ainda mais as que podemos rejeitar!
O bem não se inverte, o mal não se reverte,
Fica o convite a (des)misturar o que foi empacotado junto,
das belezas e das feiuras, das tragédias e das maravilhas,
Convido-o a acrescentar naturalidade!
Quem sabe se na seleta coletiva do que a vida nos oferece,
de tudo pudermos aproveitar algo e reciclar...
Haverá muito mais material para arte no nosso mundo...
Estão todos convidados...

Deixa estar

Na dinâmica do mundo em que vivemos as urgências nos levam a antecipar e a estar a frente dos acontecimentos. Cabe a esse apelo um limite, um frescor ao ser humano. Não me atrevo a frear o tempo, muito menos o privilégio de não inserir-me nesse contexto. Contudo, a homeostase pode não ser tão bem-sucedida nessa busca desenfreada pelas respostas e previsões futuristas. A que se dar espaço às perguntas sem respostas, a que se ter paciência para os planejamentos e deixar as premeditações para outras dimensões. 
Espero que nossos filhos não nasçam já necessitando de ansiolíticos. E que as dificuldades sejam superadas de outras formas.  
Sempre é dito sobre a capacidade cognitiva  do ser humano de ir além, de produzir mais e melhor, de pensar, de fazer, de um aproveitamento injusto para um mundo sedento de concretizações, avanços e saberes... Nada a contestar. 
Coloco em reflexão, entretanto, quando questionaremos o desenvolvimento de outras ordens. Como hoje em dia o ser humano faz valer o seu desejo? Como não sufocar opiniões próprias neste mundo de imperativos? Como discordar neste momento de não-conflitos de idéias? Como prevalecer a autenticidade quando tudo parece levar a padronizações engessadas? Como não ter excessos neste mundo de superlativos? Será que estamos caminhando para a evolução de relações afetivas respeitosas? A agonia que me invade,  favoravelmente não deixa esgotar minhas questões. E que levam a outras mas por ora, e para o que o meu raciocínio permite, deixo estar... Anseio para que em meio a elucidação da qualidade humana de raciocionar e produzir, se alie para o bem de todos nós, a força itinerante do desejo, o deslocamento das pessoas,  o bem-querer coletivo, e que assim não celebremos o falecimento da espontaneidade, da originalidade, da humildade, da fraternidade e da liberdade. Comemoremos a expressão do pensamento e a demonstração de afeto!

sábado, 7 de maio de 2011

Embalada

Um dia de  trabalho, cansaço e desgaste.
Tudo passa
Deteriora
Um instante com amigos, conversa fora e energia.
Tudo passa
Revigora
Um passeio com família, surpresa e gratidão.
Tudo passa
Renova
Uma música, sensação, encontro e imersão,
Passa para lá, para cá, movimenta, mania de sacolejar,
Embala
Um anoitecer de paz e  um amanhecer de bom-humor
Para o dia, não reservará solidão,
Tudo passa
Brevidade  dos deuses, tempo que não era para passar,
Mas hoje não vou correr,
Abraça
O bem do teu coração.