domingo, 26 de fevereiro de 2012

Um bom texto sobre o vocabulário feminino (ou humano)

Não sou muito adepta de ler textos que me dê a impressão de ler receita de bolo, ou bula de remédio, com prescrições, recomendações, medições, entretanto este texto (na verdade uma palestra, pelo que entendi) sugere algumas coisas contundentes e inspiradoras. Me tocou! Também me fez despertar para o contorno de comportamentos dos quais não nos damos conta  no cotiadiano e são bem descritos no texto.

A quem quiser apreciar...

"Se eu tivesse que escolher uma palavra - apenas uma - para ser item
obrigatório no vocabulário da mulher de hoje, essa palavra seria um
verbo de quatro sílabas:
descomplicar.
Depois de infinitas (e imensas) conquistas, acho que está passando da
hora de aprendermos a viver com mais leveza:
exigir menos dos outros e de nós próprias, cobrar menos, reclamar
menos, carregar menos culpa, olhar menos para o espelho.

Descomplicar talvez seja o atalho mais seguro para chegarmos à tão
falada qualidade de vida que queremos - e merecemos - ter.

Mas há outras palavras que não podem faltar no kit existencial da
mulher moderna.
Amizade, por exemplo.
Acostumadas a concentrar nossos sentimentos (e nossa energia...) nas
relações amorosas, acabamos deixando as amigas em segundo plano.

E nada, mas nada mesmo, faz tão bem para uma mulher quanto a
convivência com as amigas.
Ir ao cinema com elas (que gostam dos mesmos filmes que a gente), sair
sem ter hora para voltar, compartilhar uma caipivodca de morango e
repetir as histórias que já nos contamos mil vezes - isso, sim, faz
bem para a pele.

Para a alma, então, nem se fala.

Ao menos uma vez por mês, deixe o marido ou o namorado em casa,
prometa-se que não vai ligar para ele nem uma vez (desligue o celular,
se for preciso) e desfrute os prazeres que só uma boa amizade consegue
proporcionar.

E, já que falamos em desligar o celular, incorpore ao seu vocabulário
duas palavras que têm estado ausentes do cotidiano feminino:
pausa e silêncio.

Aprenda a parar, nem que seja por cinco minutos, três vezes por
semana, duas vezes por mês, ou uma vez por dia - não importa - e a
ficar em silêncio.

Essas pausas silenciosas nos permitem refletir, contar até 100 antes
de uma decisão importante, entender melhor os próprios sentimentos,
reencontrar a serenidade e o equilíbrio quando é preciso.

Também abra espaço, no vocabulário e no cotidiano, para o verbo rir.
Não há creme anti-idade nem botox que salve a expressão de uma mulher
mal-humorada.
Azedume e amargura são palavras que devem ser banidas do nosso dia a dia.
Se for preciso, pegue uma comédia na locadora, preste atenção na
conversa de duas crianças, marque um encontro com aquela amiga
engraçada - faça qualquer coisa, mas ria.
O riso nos salva de nós mesmas, cura nossas angústias e nos reconcilia
com a vida.

Quanto à palavra dieta, cuidado:
mulheres que falam em regime o tempo todo costumam ser péssimas companhias.

Deixe para discutir carboidratos e afins no banheiro feminino ou no
consultório do endocrinologista.
Nas mesas de restaurantes, nem pensar.

Se for para ficar contando calorias, descrevendo a própria culpa e
olhando para a sobremesa do companheiro de mesa com reprovação e
inveja, melhor ficar em casa e desfrutar sua salada de alface e seu
chá verde sozinha.

Uma sugestão?
Tente trocar a obsessão pela dieta por outra palavra que, essa sim,
deveria guiar nossos atos 24 horas por dia: gentileza.

Ter classe não é usar roupas de grife:
é ser delicada.
Saber se comportar é infinitamente mais importante do que saber se vestir.

Resgate aquele velho exercício que anda esquecido:
aprenda a se colocar no lugar do outro, e trate-o como você gostaria
de ser tratada,
seja no trânsito, na fila do banco, na empresa onde trabalha, em casa,
no supermercado,
na academia.

E, para encerrar, não deixe de conjugar dois verbos que deveriam ser
indissociáveis da vida:
sonhar e recomeçar.

Sonhe com aquela viagem ao exterior, aquele fim de semana na praia,
o curso que você ainda vai fazer, a promoção que vai conquistar um
dia, aquele homem que um dia (quem sabe?) ainda vai ser seu, sonhe que
está beijando o Brad Pitt ...
sonhar é quase fazer acontecer.
Sonhe até que aconteça.

E recomece, sempre que for preciso:
seja na carreira, na vida amorosa, nos relacionamentos familiares.
A vida nos dá um espaço de manobra: use-o para reinventar a si mesma.

E, por último (agora, sim, encerrando), risque do seu Aurélio a
palavra perfeição.

O dicionário das mulheres interessantes inclui fragilidades,
inseguranças, limites.

Pare de brigar com você mesma para ser a mãe perfeita, a dona de casa
impecável, a profissional que sabe tudo, a esposa nota mil.

Acima de tudo, elimine de sua vida o desgaste que é tentar ter coxas
sem celulite, rosto sem rugas, cabelos que não arrepiam, bumbum que
encara qualquer biquíni.
Mulheres reais são mulheres imperfeitas.
E mulheres que se aceitam como imperfeitas são mulheres livres.
Viver não é (e nunca foi) fácil, mas, quando se elimina o excesso de
peso da bagagem
(e a busca da perfeição pesa toneladas), a tão sonhada felicidade fica
muito mais possível."

Jornalista Leila Ferreira 

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Parece que deu um nó

Travesso, atravessado, pelo laço, preso no embaraço,
enrola, enrolado, que seu rolo já é conhecido,
Braços cruzados, efeito camisa de força,
contento a loucura velada, domesticada, sossegada.

Ficar maluco, embolar tudo, não se ajeitar,
ficar atrasado, esfomeado, desempregado, distraído, devendo,
Pernas amarradas, efeito da paralisia,
aqueles impecilhos cômicos, crescem em alta escala.

Não há descanso. A vida exige jogo de cintura.
Se coloque numa posição artista, porque as coisas vão embolar.
Não é a toa que até Nossa Senhora é desatadora de nós.




 

Crônica do Ernesto: um prolixo poliqueixoso

Ernesto acordava reclamando do despertador.
Logo em frente ao espelho, discutia com ele mesmo.
Não estava satisfeito com o sombreado das olheras em seu rosto.

Ernesto fazia o pão com manteiga de cada dia,
desejando o apresuntado do vizinho.
Implorava para que a lata do pó de café, reproduzisse o produto sozinha.
Sem sucesso, obviamente, partia para o nescau com leite ninho.
Não achava o ponto bom nem por reza.

E às 7:45 da manhã, Ernesto já conseguiu de cinco formas lamentar ter nascido.
Que droga de vida!
Nada dar certo para mim...
O que eu vim fazer aqui?
Porque não escolhia eu, viver ou não?
Para eu me dar mal, basta estar vivo...

Eram 8:25 e não se pdoe calcular, o quanto o mal-humor de Ernesto exalava desagrado.
Enquanto tomava banho, pensava na roupa que não tinha para vestir,
no carro importava que precisava consumir,
na mesquinharia de tudo que é tipo,
e desdenhava o que outro tinha e não podia comprar,
se achando no direito de ter e ser mais, como não?

Ernesto aceitara trabalhar para sobreviver. Mas depois viu vantagem.
Suportava sua rotina, porque ali, mais um milhão de motivos arranjava para se queixar.
Ainda de rebarba, encontrava também meia dúzia de ostentadores da desgraça alheia,
que se distraiam a ouvir a verbóeia de Ernesto,
contra a siderúrgica, metia o pau no patrão bobão,
não dispensava um comentário de baixo calão sobre Joana da limpeza,
perseguia o assim apelidado, Marchalenta do operacional,
e sua função demasiadamente simplória, na sua opinião,
justificava para Ernesto, a permissão para o falatório geral.

Ninguém era bom o bastante, nada era interessante o suficiente,
os comandos estavam equivocados, culpa do governo e do sistema.
Nenhum som ecoava suave e tranqulizante, tudo agredia e agoniava,
azar da cozinheira que se desafiava agradar tal paladar,
estava fadada a considerar-se zero a esquerda por muito tempo.

Ernesto, falava sem pudor, falava sem clichê, falava sem eira nem beira,
se queixava de tudo, de todos, de nada e de coisa alguma.
Sua áurea era azul petróleo e seu sorriso nunca se viu.
Do seu gosto não se sabe, mas do seu desgosto, muitos provaram.

Ernesto, era rei da incoveniência, maestro da desavença, amigo da tensão,
não se casou com a petulância, porque ela não aceitou.
Assim era Ernesto, o prolixo poliqueixoso.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Minha filosofia (Casuarina)

Não dá para não pensar nesta filosofia de vida... Essa música realmente me inspira...

Que possa inspirar também a vocês que visitam aqui...


Minha FilosofiaCasuarina

"Vai passarEsse meu mal estarEsse nó na gargantaDeixe estar... O próprio tempo diráÁgua demais mata a planta
Tudo que é muito, é demaisPeço: me perdoe a redundânciaEntrelinhas só quero lembrarQue a terra fértil um dia se cansaÉ uma questão de esperarRelógio que atrasa não adiantaE o remédio que curaTambém pode matarComo água demais mata a planta."