segunda-feira, 9 de maio de 2016

A volta dos que não foram

Quando pensei em voltar a escrever no blog, não imaginava que seria pelas mesmas razões que me dedicava a isso antes: tristeza, confusão mental, angústia e, mais raramente, tédio. Escrevi algumas poucas coisas mais animadas, mas em algum sentido, figurado ou não, havia um devaneio particular que me causava inspiração. Comecei a pensar que isso não era nobre, não era justo. Não fazia sentido acreditar que, fazer algo que eu gostava, estaria sempre atrelado a um mal-estar. O fato é que se passaram vários meses e eu comecei a distanciar-me desse costume que me é tão caro.

No dia de hoje, eu estava às voltas com questões antigas, resumidas à "volta dos que não foram" e só pensava em ir para casa escrever. Sobre as lições do dia, sobre as amarguras, sobre as desilusões, sobre um caso ocorrido,  mas, felizmente não fiz isso. Não despejei as emoções em palavras, deixei esfriar o calor do momento e organizei os pensamentos. Recuperei a calma de outro modo para que eu pudesse me sentir aqui, menos sombria e melancólica. Embora às vezes eu pareça não me importar nem um pouco com essa imagem produzida, achei melhor suavizar.

O impasse ou dilema - não sei ao certo qual cabe melhor - se refere a um certo crédito que dei às coisas que, de fato, se resumem a nada, ou quase nada, àquilo que não chegou a ser, e que ainda assim, aparecem com tamanho significado. E, que só são, porque passam por mim, sendo significadas.

Depois de todo o destempero, resolvi que eu vou escolher melhor o que volta ou não, o que é ou foi, e os que foram. Por ora, deixo voltar e ficar esse meu gosto, meu estrago e meu alento.