terça-feira, 28 de agosto de 2012

Tornar vazio

Transbordar certeza
Entornar saber
Derramar euforia
Esgotar amor
Detalhar desejo
Tornar vazio.

domingo, 26 de agosto de 2012

Tudo numa coisa só

'A gente tem que aprender a morrer, com aquilo que fomos, aquilo que somos nós'

Um coração que espera, pulsa
Um coração que desiste, chora...
Uma alma que deseja, arde
Uma alma que desencoraja, sofre...
Uma mente que reflete, descobre
Uma mente que se fecha, atrofia...
Um corpo que se move, realiza
Um corpo que paralisa, adoece.

Coração, alma, mente e corpo, os da sua preferência, os fundamentos envolvidos pela natureza humana. Do homem que sente, pensa e vive numa busca da perfeita felicidade, da intensa alegria, da plena saúde e do amor incondicional. Na busca de tudo que é tão bom que, às vezes, torna-se incansavelmente inatingível.

Coração adoece.
Mente sofre.
Alma chora.
Corpo atrofia.

Enquanto embuídos da missão de ter missão, de ter razão, de ser sensato, de apresentar sanidade, uma realidade se mostra mais dura. 'A cada minuto tem um olho chorando de alegria e outro de luto.'

Coração deseja.
Mente se move.
Alma reflete.
Corpo espera.

Dia a dia a ordem se inverte, as coisas mudam. Cada avanço é retrocesso, cada retorno é progresso, cada lágrima de dor se reverte em sorriso solto, tudo que vai - vem. Para deixar a indefinição no ar, não se conclui a vida. Não há certeza que descreva nossa subjetividade. Não há dor, não há alegria que possa ser descritível se não pela via da arte que nos impulsiona ao que há de mais bonito, nossa essência verdadeira de humanos.






sábado, 18 de agosto de 2012

Aquele fundo de verdade

Confesso, gosto do desconsertante.
Um olhar, uma piada, um riso fora da hora, um comentário ácido.
No mundo do politicamente correto, das cabeças concordantes, dos sorrisos amarelos, como é que a gente fala o que queria dizer? Fazendo graça! Ai eu falo, claro, de brincadeirinha!
Sejamos os locutores ou expectadores das piadinhas capsiosas, percebe-se o tom de 'fica com essa'.
Talvez não fosse o melhor jeito, ou o jeito mais honesto de se expressar, mas às vezes é o que dá.

A cada dia entendo que não viveríamos se não fossem as entrelinhas, os subentendidos, e contrariamente ao que eu acreditava, certas coisas não são para ser ditas mesmo. O implícito ainda cabe na maioria das situações! E não há como negar, para bom entendedor meia palavra basta.
Porque a gente quase sempre capta a vossa mensagem!

E não vou pestanejar, bom-humor pode chegar porque já que é para tratar algumas duras verdades, que seja ao menos divertido!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Inevitáveis

Todo homem conhece bem suas dores. Há quem perceba com facilidade. Outros que só as notam quando o corpo dá sinais. Há aqueles que convivem com ela por toda a vida. Há quem fale delas como num show de comédia e ainda há outros que contam seu enredo feito uma novela dramática. Há quem só silencia.
E as pessoas que conhecem suas dores dizem o que delas?
É bem verdade que temos inúmeros motivos para nos alegrar, mas sejamos realistas, quem nunca teve um nó na garganta por uma razão desconhecida?
A vida constantemente nos desafia a lidar com as dúvidas das decisões, as dores das perdas, das despedidas, dos rompimentos, da perda de saúde, de beleza, de status, de dinheiro, do amor, enfim... Dificuldades de uma vida sem tempo para os filhos, para o marido, para você, para sua casa, para seu cabelo, para que seu corpo descanse, repouse.
E ai a gente acelera mesmo, preenche todos os espaços, ocupa as lacunas de horários, e tempo livre imperativamente não pode existir.  Com toda essa dinâmica, como tratamos nossos relacionamentos, nossos desejos, nossos sonhos, como será que construimos nossa dignidade e a do próximo? Como exercemos os valores fundamentais? Será que avaliamos nosso dia, nossa jornada, a concretude dos nossos planos?
Uma das dores infalíveis do homem é o arrependimento. E essa muitos conhecem.
Cada um vai lidar com as dores como pode, alguns precisarão mais de ajuda que outros, e não há nenhum mal nisso. Fascinante é ver a superação, tão inevitável quanto às problemáticas da vida, ela nos comove a cada dia. Vivemos nesse misto do que é dor, do que é alegria, das duas que se misturam e das experiências que nos revelam, assim como os curativos que sanam a dor, o quão maravilhoso é tocar e retocar a existência.