sábado, 25 de maio de 2013

Tudo fica sustentado pela fé

Alimento da alma não se encontra em ofertas fáceis.
É preciso um arrancar de si.
Perceber-se sedento, ainda que se desconheça do quê.
É quando se olha para cima e se olha para dentro para entender.
E se olha para dentro e se olha para cima para perdoar.
Não necessita falar, não necessita saber, não necessita pedir.
Mas se puder explicar, traduzir em palavras vai ajudar.
Incredulidade que cega, afasta e desmorona a esperança.
Aceitar que não se crê devia aproximar.
Confessar que não compreende os fatos.
Desafrouxando as dores do peito.
Permitir não guardar todas.
Desaprisionar a tristeza, dá-lhe outra moradia.
Não sou capaz de pensar pouco.
Não me desapego e esqueço o que quero abandonar.
Só rezo e peço que eu 'veja no geral' e possa acreditar.
Com pena que não me enganam as coisas vis.
Para mim não basta aparentar tem que transcender.
Nem sempre transparecer e aparecer.
Entregar-se!
Tentativa de estar perto do amor maior que não está em mim.
Que só sinto quando acredito que posso confiar.

"Milagres acontecem quando a gente vai à luta."  OTM

sábado, 18 de maio de 2013

Recuperar o bem



O medo do louco, não desfaz a tua loucura.
O medo da vida, não a torna compreensível.
Valeu-se na prerrogativa - afasta de mim esse cálice.
E Deus não permite.
O medo do aprisionamento, não o faz livre.
O medo de amar, não te exime de querer ser amado.
E por estar assim, a alma padece.
Humano que quer longe outro humano, que não se reconhecem.
Em tempos de avanço 'irmão desconhece irmão'.
Ora, já se sabe há tantos mil anos, não temos tetos de vidro.
O medo do mal, não o dissipará.
O medo de Deus, não vai te amparar.
Desacobertar o estrago.
Desassossegar a alma.
Desestranhar o outro.
Reconhecer-se frágil.
Redescobrir os laços.
Recuperar o bem.







sábado, 4 de maio de 2013

Sutil firmeza, firme sutileza


Um viver de sensibilidade em meio à aspereza do que é estar vivo.
Um afeto solto, descompromissado, atrapalhado e sincero.
Uma observância de cuidado, não uma fiscalização rígida.
O tato, o abraço, o remédio, o agrado.
Um querer de vontade em meio aos imperativos do que é estar vivo.
Um incentivo calado, acalentado, emotivo e suave.
Um olhar penetrante e não uma atenção flutuante.
O sorriso, o gosto, o tédio e o contato.

Quais regras a valer quando o que se quer é poder chegar mais perto?
De um romantismo bobo feito inspiração para quem pode perceber.
A sutileza da constatação.
Quanto tempo esperar quando se sabe que é a vez do outro de dizer?
De uma expectativa leviana feita contradição para quem deve escolher.
A firmeza da decisão.



quarta-feira, 1 de maio de 2013

"Um chá pra curar esta azia, um bom chá pra curar esta azia"

Tem o hábito do café. Tem outros hábitos também.
Tem coisa que nunca muda.
Tem coisa que agride, fere, corrói por dentro. Uma azia.
Aquela coisa tipo enjoo, aquela coisa que não desce bem.
Aquilo que deixa empazinado, que era melhor não estar ali.
A gente sabe o que gosta e o que agrada, mas nem sempre escolhe bem.
A gente nem sempre dá o tempo certo para digerir.
A gente não tem como prever o que vai fazer mal, ou pelo menos não exatamente.
Uma hora a gente decide mudar hábitos.
Escolhe melhor o que a gente quer que fique.
Decide o que não vai entrar e resolve expulsar aquilo que fez mal.
Não se trata de café somente.
Uma hora a gente decide mudar a vida.
Nessa hora um chá cai bem para curar a azia.
O mal-estar da alma pede outras escolhas.