domingo, 18 de novembro de 2012

Só não sei a direção

Abro a janela e deixo o sol entrar.
Deito na cama, tento não me ocupar.
Ao meu redor tudo sabe o que eu devo fazer.
Eu não sei, não tenho a direção.
Ainda não sei me acalmar. Não aprendi a descansar.
Sei dos planos, dos sonhos e dos afetos.
Mas às vezes não sei, não tenho a direção.
Sei dos livros, das músicas e dos sapatos.
Me vejo neles, me sinto neles, me apego a eles.
Pode amanhecer e anoitecer. Não posso mais diferenciar.
Abro as cortinas e fecho as janelas. Quero o ar  e não os olhares.
Abro as janelas e fecho as cortinas. Quero os olhares e não quero o frio.
Deito na cama porque tenho com o que me preocupar. Tenho o que fazer.
Fica para amanhã e fica para depois. Preciso descansar.
Sei dos gestos, sei das palavras, sei do silêncio. Um infinito particular.
Sei dos acordes, sei dos tons e sei dos sons.
Só não sei a direção, não sei o ritmo.
Não entendo o compasso do coração.



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